por Rafael Fernandes, Presidente do PSB¹ de Tapes
Nas últimas eleições
municipais, o eleitorado de todas as regiões do Brasil mostrou uma
forte tendência em apoiar e eleger novos candidatos, que nunca antes
tinham colocado seus nomes em disputas eleitorais ou que demonstravam
ser alternativas viáveis aos chamados políticos tradicionais, ou
seja, preferiram as novidades e deixaram de lado aqueles que
costumeiramente aparecem como candidatos e que anteriormente já
ocuparam os cargos que disputavam. Não foram poucos os casos de
empresários, professores, médicos e profissionais liberais que
ingressaram na vida pública sendo eleitos prefeitos e vereadores já
na primeira eleição que disputavam. Esta preferência do eleitor
demonstra que há um amadurecimento da nossa democracia e que
existe um clamor popular pela renovação da política, sobretudo
pela renovação do perfil dos representantes e líderes políticos.
Uma nova tendência que pode ser vista como uma uma consequência da
rejeição da sociedade à atual classe política dominante,
envolvida em escândalos e denúncias ou simplesmente inoperante na
tarefa de dar respostas positivas aos cidadãos, e influência de um
debate político e eleitoral cada vez mais presente nas redes sociais
(internet).
O fato é que a
sociedade começa a querer respostas, cobrar resultados, deixa de se
iludir de maneira fácil com discursos vazios ou promessas e busca
formas de renovar as práticas de quem ocupa cargos públicos optando
por um outro perfil de gestor público. Nesse caminho, a utilização
de ferramentas participativas e a construção de um diálogo
permanente com grupos organizados pode ser um diferencial
poderoso para os candidatos e gestores. É um processo lento,
difícil, sujeito a muitas decepções, mas necessário para a
melhoria da gestão pública. Os orçamentos públicos crescem
embalados pelo aumento das receitas públicas e pelo crescimento
econômico do País, mas as estruturas públicas continuam com os
mesmos prédios, com os mesmos aparelhos e com os velhos problemas.
Os órgãos públicos não fazem investimentos e justificam sua
inércia pelo comprometimento das receitas com a manutenção da
máquina estatal, onde os gastos com pessoal são muito
representativos. Nesta mesma conjuntura, muitos servidores públicos
recebem uma remuneração indigna. Esta é a análise de um quadro
geral do País, mas confirma a realidade de milhares de pequenos
municípios brasileiros.
O rompimento deste ciclo
de causas previsíveis e consequências irreparáveis, onde o grande
prejudicado é o cidadão que demanda serviços públicos de saúde,
educação, infraestrutura urbana, entre outros, depende de uma
mudança de paradigma que inicia-se em pequenos movimentos como estes
que vimos nas eleições municipais de 2012. Para o Partido
Socialista Brasileiro (PSB) de Tapes, a prioridade está em criar
um movimento político, mais amplo que o próprio Partido, que possa
aproximar as pessoas do debate de ideias sobre a sua cidade, da
participação nos conselhos municipais de políticas públicas e da
fiscalização das ações de governo. Na compreensão dos
socialistas, embora as administrações municipais deem claros sinais
de que não estão preparadas para construir mecanismos de
participação popular na formulação de políticas públicas, temos
que capacitar e desenvolver a sociedade para esta tarefa e ela
própria exigirá um governo à altura deste desafio.
As principais diretrizes
deste novo movimento partidário, denominado "Partido em
Movimento", foram discutidas e aprovadas pela militância do PSB
de Tapes em novembro de 2012 e começam a ser colocadas em prática
desde o início do ano de 2013. Num primeiro momento será realizado
um ciclo de debates que pretende planificar um conjunto de propostas
e identificar as discussões que vem sendo travadas acerca da
cidadania e da participação dos cidadãos na vida política da
cidade. O desafio partidário é inovar no método, fazendo com que
as pessoas não somente sintam-se representadas, mas que possam
participar do debate e contribuir através das suas ideias.
Participar de um partido político é um desafio muito mais intenso
que votar em um determinado candidato. Porém, a convicção do PSB é
a de que o povo só conseguirá de fato renovar a política quando
ele estiver inserido no processo decisório que antecede o período
eleitoral e que perdura após a posse dos eleitos. E que a
qualidade da Agenda Política que temos que elaborar para nossa
cidade será diretamente proporcional ao tamanho da participação
popular que conseguirmos mobilizar neste processo de debates. Uma
constatação óbvia: política se faz com o povo.
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